O diretor da Bienal de Veneza, Massimiliano Gioni, inaugurou a Bienal de 2013 , com a presença do Livro Vermelho de CGJung no Palácio Enciclopédico , colocando a Arte Contemporânea interligada com os estudos comparativos que Jung realizou entre vários movimentos mundiais religiosos e alquímicos e os processos de individuação da psicologia. *
Historicamente, os movimentos artísticos estiveram adiante de seu tempo, prenunciando novas fases de transformação da humanidade.
O renascimento marcou a era do domínio e conhecimento do corpo humano acompanhando a evolução da medicina.
A arte contemporânea caminha com sua comunicação imediata em várias frentes no mundo, trabalhando com a ocorrência de catarses nos observadores, isto é, trazendo ao consciente amarras psicológicas desfeitas antes retidas no inconsciente.
Os estudos e pesquisas realizados por C G Jung, Nietzsche , e outros tantos filósofos , procuraram libertar as mentes humanas das prisões às estruturas dominadoras dos dogmas e religiões, os conduzindo aos processos de individuação.
A era da física quântica tem demonstrado a existência do campo energético no qual todos estamos imersos.
Ter posse de si, dominando a mente, tornou-se o grande desafio da humanidade .
Nosso campo energético perceptivo pode captar , como um rádio, as sintonias e frequências que determinarmos, dentre as várias faixas de onda existentes no inconsciente coletivo.
A ampliação da consciência caracteriza o homem do amanhã, permitindo o domínio da mente e a sintonização com as faixas de onda desejadas existentes no inconsciente coletivo.
Nesse campo energético consciências inteligentes do Universo estão presentes sendo a conexão e intercâmbio possíveis desde que haja uma sintonia nas mesmas frequências de onda.
As afinidades existentes entre artistas que conseguem atingir essas faixas de onda, permitem que as comunicações entre diferentes dimensões ocorram nas artes.
As obras resultantes, trabalham os psiquismos dos observadores , como é a premissa da arte contemporânea, conduzindo ao processo de individuação , no encontro do si-mesmo.
Taisa Nasser
2014
*O ano de 1913 foi decisivo na vida de Jung . Ele começou um auto experimento que veio a ser conhecido como seu ´´confronto com o inconsciente ´´ e durou até 1930.Durante esse experimento Jung desenvolveu uma técnica para ´´chegar ao fundo de seu processo interior´´, ``traduzir as emoções em imagens `` e compreender as fantasias que estavam se agitando...``subterraneamente``.Com seus seminários sobre a Yoga Kundalini em 1932 , Jung começou um estudo comparativo de práticas esotéricas pondo o foco nos exercícios espirituais de Inácio de Loyola , no Yoga- sutra de Patanjali, nas práticas meditativas budistas e na alquimia medieval, que ele apresentou numa longa série de preleções no Instituto Federal Suiço de Tecnologia (ETH).O critério essencial que possibilitou essas ligações e comparações foi a percepção de Jung de que essas práticas baseavam-se todas em diferentes formas de imaginação ativa- e que todas tinham como meta a transformação da personalidade – que Jung entendeu como o processo da individuação . Assim , as preleções de Jung no ETH proporcionam uma história comparativa da imaginação ativa, a prática que constituiu a base do LIBER NOVUS.
